O aquecimento global e suas implicações para a habitabilidade da Terra no futuro próximo: Um cenário pessimista

capítulo XXIII

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                        Crédito da Capa: Arte, do autor; imagem da Terra: NASA - wonderglobe, furacão Linda

 

O aquecimento global e suas implicações para a habitabilidade da Terra no futuro próximo

Celio João Pires*

Florianópolis (SC), novembro de 2009

Revisão e atualização - Lages (SC), maio de 2012

RESUMO__________________________________________________________________________________________________

O presente estudo procura apresentar o cenário futuro, caso o aquecimento global ultrapasse a temperatura de mais 2ºC, definida no IPCC – Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática, órgão científico da ONU, 2007 – na média das temperaturas globais, e as suas implicações para a manutenção das condições de vida sobre a Terra – animal, vegetal e humana.

Até esse aumento médio na temperatura (2°C), a humanidade ainda conseguiria manter o controle dos efeitos do aquecimento sobre o meio ambiente da Terra e suas implicações, numa perspectiva apenas meteorológica, mas caso a média das temperaturas globais ultrapasse a marca crítica de 4ºC – definido pelo IPCC para o ano 2050 -, nada que a humanidade venha a fazer poderá evitar os efeitos catastróficos sobre a habitabilidade do planeta Terra, aqui descritos – é o pior cenário possível para o meio ambiente, com impactos sobre todos os seres vivos.

As informações aqui apresentadas estão disponíveis para todos os públicos na internet, e poderão ser analisadas na íntegra nos links citados ao final do trabalho. As conclusões decorrentes são lógicas e demandam apenas um conhecimento básico sobre a dinâmica do funcionamento dos componentes do clima global – meteorológico, oceânico e as calotas polares - e suas implicações para o modo de vida estabelecido no Planeta, principalmente o humano.

O cenário apresentado – ressaltamos, que é o pior cenário possível, também podendo ser chamado de pessimista – é necessário para a nossa reflexão e de nossos governantes, sobre o que queremos para nós, nossos filhos e netos, pois na visão deste trabalho, estaremos observando os piores impactos do aquecimento global nos próximos 10 ou 20 anos, no máximo. Não obstante, já estarmos sofrendo diversas consequências, do estágio atual em que nos encontramos, tais como: chuvas em excesso, deslizamentos de terra, inundações no mundo todo, furações, tornados, ondas de calor e incêndios devastadores.

PALAVRAS-CHAVE: Aquecimento Global. Efeito Estufa. Degelo. Nível Do Mar. Furacões. Terremotos. Vulcões. Tsunamis. Nevascas. Enchentes. Deslizamentos. Catástrofes Econômicas. Deslocamento Populacional. Copenhagen. Clima.

 

* Célio João Pires, nexialista, que foi avô em fevereiro de 2010 e que quer um mundo melhor para o seu(s) neto(s) e seus filhos viverem e explorarem e se maravilharem com tudo que existe.

S U M Á R I O

 

 

RESUMO..................................................................................................................................

1

1

INTRODUÇÃO.........................................................................................................................

3

1.1

Aquecimento Global - Impactos Visíveis dos Ajustes Atmosféricos.........................................

5

1.2

Acidificação dos oceanos pela absorção do gás carbônico.....................................................

8

1.3

Elevação da temperatura das águas oceânicas.......................................................................

8

1.4

Degelo das Geleiras de Montanha - Impacto na Água Doce Disponível no Mundo................ 

10

1.5

Corrente do Golfo - Impacto no Clima da Europa, e dos EUA e Canadá.................................

13

1.6

Elevação do nível dos oceanos: Impactos na Economia e Infraestrutura Planetária..............

15

1.7

A bomba Climatológica do Ártico – a Perda de Controle Sobre o Efeito Estufa.......................

18

1.8

O Degelo e os Impactos na Geofísica do Planeta Terra – Grandes Transformações..............

.

22

2

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES FINAIS......................................................................

25

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................................

28

     

 


 

1          INTRODUÇÃO

 

As discussões sobre a mudança climática e o aquecimento global, ou efeito estufa, estão muito restritas aos meteorologistas, climatologistas, oceanógrafos e glaciologistas. Existem outros impactos que também devem ser considerados, muito mais graves até do que os furacões, tornados, chuvas, secas, frio, calor, incêndios, tão divulgados pela imprensa. Tais discussões, se referem mais a uma visão sobre o meio ambiente, do que aos impactos que tal alteração do ambiente terrestre terá sobre as vidas dos seus habitantes, ou como diz o Presidente Obama, dos EUA, "um desastre ecológico potencial” (OBAMA, 2006)[1].

A subida do nível dos oceanos está subestimada, conforme demonstram diversos estudos, tanto no volume quanto no tempo, pois o volume de água existente nas calotas de gelo da Antártida e da Groenlândia chega a 64 metros (BRUNS, 2009[2]; BELL, 2008[3]), além daquela existente nas geleiras de montanhas, que é muitas vezes superior a elevação de cerca de um metro sugerido na estimativa, extremamente conservadora do IPCC e dos estudiosos do assunto. Tal volume deve chegar próximo a 80 metros de água, se incluir as águas das geleiras de montanha (que contém cerca de 9% da água doce do mundo).  Mesmo um volume de apenas um quarto (20 metros), ou ainda 10 metros de elevação, além de submergir as cidades costeiras e países abaixo do nível do mar e pequenas ilhas, provocará intensas alterações na crosta terrestre, que é toda partida em grandes placas, chamadas de placas tectônicas, principalmente nas zonas de rupturas.

Muitas pessoas e muitos cientistas ainda não acreditam que exista mesmo um aquecimento global causado pelo homem, não obstante o enorme volume de evidências relacionadas e disponível aos interessados, na internet e noticiadas quase que diariamente na imprensa.

Um dos efeitos do degelo será a elevação das terras da Groenlândia e da Antártida, acima do atual nível que ocupam, pois o alívio dos bilhões de toneladas de gelo que hoje estão sobre tais massas de terra, desaparecerão. Fica claro que tais deslocamentos de crosta serão sentidos pelo mundo todo, em maior ou menor grau, através de terremotos, que possivelmente gerarão tsunamis, afetando principalmente, os países banhados pelo oceano Atlântico (DEAN, 2009)[4].

Outro efeito de deslocamento de crosta, para baixo, também se fará sentir, pelo peso do próprio volume de águas provenientes do degelo das calotas polares e das geleiras de montanhas, redistribuídas pelos oceanos do mundo todo. Os mesmos bilhões de toneladas de gelo, que aliviaram as pressões sobre a Antártida e a Groenlândia, pressionarão a crosta do piso oceânico, fazendo com que a mesma afunde no manto, de maneira desigual. O resultado desses eventos serão, novamente, enormes terremotos, talvez planetários, com enormes tsunamis e seus efeitos devastadores. Ressalte-se que, o aumento das tensões sobre a crosta terrestre serão, lentas e progressivas, na medida em que o degelo ocorre, mas o alívio dessas tensões será abrupto, em forma de terremotos.

Todos esses processos de ajustes da crosta, também forçarão os vulcões, ativos ou não, a entrarem em atividade no mundo todo, com os efeitos catastróficos decorrentes, tanto nas cidades próximas, quanto no mundo todo, com liberação de mais CO2 e outros gases na atmosfera (MEARES, 2009)[5], agravando ainda mais a quantidade de gases do efeito estufa, além de afetarem a agricultura, com a deposição das cinzas, os rios e cursos d´água, que ficarão poluídos, matando os peixes e a disponibilização de água potável para a população atingida. Grandes vulcões, como o Vesúvio e o Etna, poderão entrar em erupção violenta, bem como o gigante adormecido localizado em Yellowstone, nos Estados Unidos.

Mas o grande problema é que tal redistribuição de massas do planeta, pelo alívio de massa dos polos (basicamente Groenlândia e Antártida) e a sua redistribuição sobre os oceanos, trará ajustes gravitacionais na Terra, e poderá, reposicionar o eixo de rotação do planeta, não em alguns centímetros como o evento do terremoto/tsunami, ocorrido na Ásia, no dia 26.12.2004 (SBPC, 2009)[6]; (Carlos Fioravanti, 2005)[7] mais em escala muito maior, com efeitos catastróficos sobre todas as cidades costeiras e sobre todo o mundo. Já se admite que se a camada de gelo do Oeste da Antártida derreter ou cair no mar, além de elevar o nível dos oceanos em 5 metros, a redistribuição de massa daquela região poderia deslocar o eixo de rotação em cerca de 500 metros (SCIENTIFIC AMERICAN BRASIL; SCIENCE; TERRA, 2009)[8] . Tal ajuste da dinâmica da rotação da terra provocará efeitos muito mais devastadores do que o que se calcula com o possível impacto dos míseros centímetros da elevação oceânica, das projeções atuais do IPCC. Eu, particularmente, gostaria que estivessem certos os cientistas conservadores que fizeram o relatório, pois não precisaria me preocupar com nossa sobrevivência, de meus filhos e netos.

O IPCC, além de desatualizado, é extremamente conservador e limitado em suas projeções, pois também fatores políticos foram considerados na sua construção, e em consequência disso, medidas que deveriam ser tomadas já, pelos governos do mundo, e com muito maior intensidade, não serão tomadas, e quando o forem, poderão já não surtir os efeitos desejados, pois os terríveis efeitos do aquecimento global estarão sendo sentidos e sofridos por toda a humanidade.

Medidas que foram procrastinadas, no passado, e mesmo que tomadas no futuro, podem não mais reverterem os danos provocados no clima e nos ajustes que ele está sofrendo, e como resultado, poderemos perder a habitabilidade do Planeta. E o maior problema é que não apenas a sobrevivência de uns 30% das espécies vivas seria comprometida como alguns estudos apontam, mas a nossa sobrevivência também será. É lamentável que não tenhamos sido capazes de gerir adequadamente nosso mundo e corramos o risco de perdê-lo.

Os geofísicos, que deveriam também participar mais ativamente dessa discussão, desde o início, há muitos anos, tiveram sua primeira conferência em 17 de setembro de 2009 (JB ONLINE)[9] onde apresentaram suas conclusões, de forma muito cautelosa, destacando que a Terra pode sofrer terremotos, deslizamentos submarinos, tsunamis e erupções de vulcões, como efeito do alívio das pressões sobre a crosta, em função do derretimento das enormes placas de gelo.

A sobrevivência da vida humana no planeta está em jogo, se tais alterações climáticas não forem impedidas, os efeitos geofísicos sobre a crosta da terra, serão sentidos e sofridos por todos nós.

Os efeitos da ausência dessas ações é o que veremos a seguir, bem como os indícios que indicam a direção terrível que a humanidade está tomando: o comprometimento de nossa sobrevivência, bem como das demais espécies vivas sobre o planeta Terra.

 

 

1.1         Aquecimento Global - Impactos Visíveis dos Ajustes Atmosféricos

 

 

            Os gases que estão ocasionando o efeito estufa do planeta, também chamado de aquecimento global, são o gás carbônico (CO2), metano, óxido nitroso (N2O), estão sendo liberados, em grande parte, pelas atividades humanas desde o começo da era industrial. São provenientes dos combustíveis fósseis (carvão e petróleo) além da madeira, utilizada tanto para combustível quanto para construções. A madeira utilizada em móveis e construções libera o gás carbônico, quando apodrece ou é queimada.

            O efeito estufa até seria benéfico, pois tornaria o clima mais ameno, só que o ajuste que a atmosfera tem que fazer para se adaptar aos novos volumes de gases, que prendem o calor, desarranja o clima em todo o mundo exacerbando os eventos climáticos diários ou sazonais mundiais. O ciclo de ventos se altera, a temperatura do oceano sobe, provocando maior evaporação das águas, o que ocasiona mais nuvens e mais chuva, além de mais neve no hemisfério norte e nas altas montanhas. Em terra, temperaturas mais elevadas aumentam a evaporação da água do solo, levando ao aumento das secas, da desertificação e dos incêndios, como estamos vendo hoje. Grandes chuvas, inundações e incêndios frequentam os jornais diários. Em novembro de 2009, o Rio Grande do Sul ficou com mais de 100 cidades em estado de emergência devido às chuvas. Enormes patrimônios públicos e particulares desapareceram com as inundações, vendavais e tornados, que ocorreram nos últimos meses daquele ano. Pode-se dizer que o fenômeno sazonal El Niño teve algo a ver com isso, pode até ser verdade, mas em 2008 ocorreu a mesma coisa e não tinha El Niño.

            A floresta Amazônica poderá ser enormemente impactada, pois um maior volume de evaporação alteraria o regime de chuvas da região, e poderia levar a mesma a se tornar mais vulnerável aos incêndios, tão comuns naquele local, devido às queimadas humanas, para liberar ambientes para lavouras e pastagens. Estudos demonstram que ela poderia vir a se tornar uma savana, antes de virar um imenso deserto.

O maior volume de chuvas, causa inundações, deslizamentos de terra (como tivemos este ano em Blumenau e Itajaí e outras cidades Catarinenses e ao longo de todo o Brasil), perda de colheitas e rebanhos, e mortes de seres humanos, por todo o mundo. Basta ligarmos a televisão ou lermos os jornais, para vermos a quantidade de tragédias que se abate, diariamente, em todos os países. Bilhões de dólares em prejuízos e vidas.

            Estudos recentes, divulgados em setembro de 2009 (TERRA online, 2009)[10] nos informam que “Segundo o Centro Hadley, em um cenário de altas emissões, o derretimento de neve e gelo no Ártico poderia elevar a absorção de raios solares e elevar a temperatura ártica em até 15,2 ºC. Secas atingiriam severamente o oeste e sul da África, afetando a disponibilidade de água, segurança alimentar e saúde da população.”

“O estudo diz que "todos os modelos" indicam reduções na precipitação de chuvas também na América Central, no Mediterrâneo e partes da costa australiana. Em outras áreas, o aumento da temperatura em 50 anos poderia ser de 7º C, disse o estudo.”

“Já o padrão das chuvas seria severamente afetado na Índia - onde o nível de precipitações poderia aumentar 20% ou até mais, piorando o risco de enchentes.”

            O aumento da temperatura das águas oceânicas, principalmente próximo ao equador da Terra, aumenta a quantidade e a violência das tempestades tropicais, chamadas de furacões e tufões, devastando cidades e países por onde passam, tanto no oceano Atlântico, quanto no Pacífico e Índico, com dezenas dessas tempestades destrutivas por ano – já chamada de temporada dos furacões. A destruição de cidades como New Orleans, é um exemplo trágico de uma dessas tempestades, o Katrina. Bilhões de dólares em prejuízos, destruição de infraestrutura e vidas, é o saldo deixado para trás todo mês, além das lavouras destruídas, inclusive na aquicultura, e de rebanhos mortos, comprometendo o suprimento de alimentos das populações locais. Agrega-se a estas destruições e mortes, as doenças deflagradas nas populações atingidas, em contato com a água contaminada.

A perda de colheitas por todo o mundo é outro efeito danoso, pois aumenta a falta de alimentos, aumentando ainda mais a miséria (pois aumenta o custo dos alimentos) e a fome de milhões de pessoas e animais, afetando ainda mais os pobres do mundo.

            As secas, em diversos países, além de comprometer as plantações agrícolas e rebanhos de animais e a sobrevivência humana local, deflagram incêndios catastróficos, destruindo florestas, ambientes inteiros de centenas de espécies endêmicas, além de ameaçar cidades, como já ocorreram na Austrália, Estados Unidos, Grécia, e em outros locais. O noticiário da noite, sempre traz o registro dessas tragédias, tanto ecológicas, quanto humanas. Tais incêndios, ainda contribuem para aumentar a quantidade de gases do próprio efeito estufa, retroalimentando o processo.

            Além disso, o ajuste atmosférico, também leva ao aumento dos tornados – movimento de ventos de altíssima velocidade, mas muito localizados. No centro dos EUA todo ano, são registrados dezenas de tornados, com destruições enormes por onde passam. Aqui no Brasil, em Santa Catarina, já se registraram, com maior frequência, esses eventos destrutivos, e um caso único, como o Furacão Catarina, algo inédito no sul do oceano Atlântico.

1.2      Elevação da Temperatura das Águas Oceânicas – Impactos na Cadeia Alimentar

            Outra consequência do aumento das temperaturas das águas oceânicas é o impacto que a variação mínima da temperatura da água tem sobre os recifes de corais, que são os berçários de milhares de espécies marinhas e base da cadeia alimentar oceânica. A sobrevivência de milhares de espécies marinhas está ameaçada, e toda a cadeia de vida marinha fica comprometida com esse fato (MIGOTTO, 2009)[11].

            Conforme informações apresentadas pelo Greenpeace (2009) [12],  “os aumentos de temperatura causam impacto em toda a cadeia alimentar marinha. O fitoplâncton, por exemplo, que alimenta pequenos crustáceos incluindo o krill, cresce sob o gelo do mar. Uma redução no gelo do mar implica em diminuição de krill – que por sua vez, alimenta muitas espécies de baleias, incluindo as grandes.”

            “Baleias e golfinhos encalham em temperaturas altas. As grandes baleias também podem perder sua área de alimentação, o oceano ao redor da Antártica, por causa do derretimento e do colapso dos mantos de gelo.”

“Espécies inteiras de animais marinhos e peixes estão diretamente sob risco graças ao aumento da temperatura – elas simplesmente não conseguem sobreviver em águas mais quentes. Algumas populações de pinguins, por exemplo, diminuíram em 33% em partes da Antártica, por causa do declínio do habitat.”

Os danos à vida são quase irreversíveis, pois espécies extintas não podem ser recriadas ou trazidas de uma arca para repovoar os habitats vazios. Os impactos da extinção serão sentidos nas espécies remanescentes, e levando, talvez, a extinção de outras espécies especializadas em determinado tipo de alimento, na cadeia alimentar.

 

 

1.3      Acidificação dos Oceanos – Impactos na Vida Marinha

 

            Além da elevação da temperatura das águas afetarem os recifes de corais, com impactos enormes na teia de vida que habita estes ambientes e nos desdobramentos pela cadeia alimentar oceânica, mais gás carbônico na atmosfera implica maior absorção do mesmo pelos oceanos – os oceanos são grande absorvedores do gás carbônico. Só que existe um limite para esta absorção, sem causar danos à vida marinha, pois as águas oceânicas ficam mais ácidas desta forma. Evidências coletadas recentemente indicam que esse limite já está sendo atingido, o que resultará em maior volume de gás carbônico presente na atmosfera, contribuindo para o efeito estufa (TERRA online, 2009)[13].

Esse artigo nos informa que “a capacidade dos mares de absorver dióxido de carbono (CO2) está se esgotando, como mais uma prova das excessivas emissões do gás estufa proveniente das atividades do homem, advertiu um estudo divulgado esta semana pela National Geographic Society. O relatório indicou que entre 2000 e 2007, com o aumento das emissões de CO2, a absorção pelos oceanos do carbono produzido pela atividade industrial caiu entre 27% e 24%.”

Outro pesquisador acrescenta ainda, que, "trata-se de uma queda bastante grande e a tendência é bastante clara", “disse Samar Khatiwala, oceanógrafo do observatório Lamont-Doherty, da Universidade de Colúmbia.”

            Esse fato, também compromete a sobrevivência das espécies marinhas, em todos os níveis de profundidade e é claro, que compromete também, a indústria extrativa da pesca oceânica, de forma a, provavelmente, tornar tal atividade economicamente inviável. Finalmente as baleias e demais cetáceos deixarão de ser caçados nos oceanos, pois estarão extintos e os povos que com as mais variadas desculpas os consomem, terão que mudar o cardápio ou morrer de fome.

            O impacto negativo que a destruição dos recifes de corais traria, além da quase extinção da vida marinha, é o de que “globalmente, o bem-estar de 500 milhões de pessoas é estreitamente ligado aos bens e serviços oriundos da biodiversidade dos recifes de coral.” (OCEANOS..., 2007) [14]. A Austrália, por exemplo, gera, com o turismo ecológico da Grande Barreira de Coral, mais de 5,4 bilhões de dólares australianos, por ano, em receitas, àquele país. Por outro lado, “Os recifes de coral são as zonas mais biodiversas da Terra e geram uma economia anual de mais de US$ 30 bilhões em recursos pesqueiros.” (LEAL, 2009)[15].

            Temos também, o impacto da proliferação das algas verdes, e o aumento das zonas mortas nos oceanos – áreas numa “faixa que varia de 300 a 700 metros de profundidade”, sem oxigênio, que inviabilizam a existência de vida e já atingem quase 1 milhão de km2, devido ao “(...) esgoto doméstico, os dejetos de gado e o lixo industrial despejados nos oceanos promovem a proliferação das algas. Em excesso, elas ameaçam todas as outras formas e vida porque, quando morrem, são degradadas por bactérias num processo que consome grande parte do oxigênio da água. O resultado é o surgimento de zonas mortas, inóspitas à maioria das espécies. Há cinquenta anos, havia três zonas mortas no mundo. Em 2008 já são 150.” (LEAL, 2009)[16] .

            Nesse processo, do impacto das atividades humanas no ambiente marinho, não diretamente associado ao processo de aquecimento global, temos também as “marés vermelhas frequentes – chama-se de maré vermelha a concentração de algas tóxicas em águas litorâneas. Há uma década, no Golfo do México, ela ocorria uma vez a cada dez anos. Atualmente, acontece todos os anos. Causa a morte de cardumes e pode provocar nas pessoas reações alérgicas e dificuldade para respirar. O fenômeno se deve à destruição dos manguezais e pântanos e à poluição decorrente da ocupação humana nas regiões costeiras” (VEJA, 2009) [17]. À medida que a poluição humana impacta cada vez mais os oceanos, as marés vermelhas tendem a se multiplicar, estimuladas pelas condições alteradas das águas oceânicas, como maior temperatura, maior acidez, e zonas mortas livres de predadores e competidores potenciais. Marés vermelhas gigantes poderiam ser catastróficas para a vida oceânica e para os humanos, também.

 

1.4      Degelo das Geleiras de Montanha - Impactos na Água Doce Disponível no Mundo 

 

            Nove por cento da água doce, em forma de gelo, estão localizadas nas geleiras de montanha, espalhadas pelo mundo todo, como nas cordilheiras do Himalaia, Urais, Alpes, Andes, Rochosas, e outras cadeias de montanhas, e mesmo na neve dos picos gelados de altas altitudes das grandes montanhas.

            Nós que vivemos em um país tropical, com 12% da água doce disponível do mundo em nosso território, esquecemos ou desconhecemos que em muitos países, a água potável, para irrigação, consumo humano, animal e geração de eletricidade, provêm do degelo das geleiras de montanha no verão. As geleiras, dessas montanhas são abastecidas de água, no inverno, através de precipitação da neve.

            Por exemplo, o Platô de Qinghai-Tibet, que “contém cerca de 5,94 milhões de hectares de glaciares, com 559 km² de gelo”, é a fonte dos rios Yangtzé e o Huanghe, o famoso Rio Amarelo. O aumento do degelo glacial irá afetar seriamente a agricultura chinesa, a pesca, e talvez, a hidrelétrica das Três Gargantas, a maior do mundo, localizada no Yangtzé, bem como outros ramos econômicos que dependem desses enormes rios. Além disso, as altas temperaturas na região também aumentaram as secas e a desertificação o que levou ao aumento das tempestades de areia e poeira. Em 17.04.2006, uma enorme tempestade de areia depositou em Pequim, 336 mil toneladas de poeira, tornando a qualidade do ar muito perigosa na capital chinesa (Yao et al, 2007; Xinhua News Agency; Jicheng He/Chinese Academy of Sciences; Um Degelo Artico, UNEP Yearbook 2008.04.08; Metano no Ártico: uma incógnita do Aquecimento Global, Tradução livre de artigo do UNEP Yearbook 2008, feita por Raul Torres Branco, estagiário do Instituto Brasil PNUMA).

Além disso, “as geleiras do Himalaia alimentam sete grandes rios asiáticos, incluindo o Ganges (Índia) e o Yangtzé (China), e sua regressão põe em perigo os recursos de água durante a temporada de seca para 2 bilhões de seres humanos, a terça parte da população mundial.”

Outros países também estão ameaçados com o desaparecimento das geleiras de montanha. “Equador, Peru e Bolívia estão entre as regiões mundiais mais ameaçadas pelo desaparecimento das geleiras vinculado ao reaquecimento do planeta. A advertência foi feita hoje pela associação ecológica WWF (Fundo Mundial para a Natureza), através de um estudo publicado em sua sede de Gland, perto de Genebra (Suíça). Nesses três países, a água originária das geleiras é geralmente a única fonte de abastecimento de água durante a temporada de seca nas principais cidades. Conforme a ONG, os Andes setentrionais contêm a maior concentração de geleiras das zonas tropicais, e a superfície dessas geleiras está diminuindo rapidamente.” (DEGELO..., 2009)[18].

            Mas não é só a agricultura, pesca e pecuária que serão afetadas. A geração de eletricidade por hidrelétricas também será, uma vez que muitas usinas são operadas com água do degelo das geleiras de montanha, tanto na China, Índia, como em muitos países do mundo. Na Europa, “um estudo feito pela universidade técnica EPFL, de Lausanne, prevê um declínio da hidroeletricidade de 46% até 2035 dos cerca de 60% atuais, à medida que a precipitação diminuir e o uso mundial de energia aumentar. Da mesma forma que o Himalaia é a "caixa d'água da Ásia", a Suíça é a fonte dos maiores rios da Europa, sustentando agricultura e hidrovias e resfriando reatores nucleares.”

            “Mais de um bilhão de pessoas no mundo vivem em bacias hidrográficas abastecidas por geleiras ou pelo derretimento da neve. As geleiras vêm recuando de forma drástica desde o fim da Pequena Era do Gelo, no século 19, em especial no Himalaia, onde abastecem rios como o Mekong e o Yangtzé e garantem água e energia para economias de rápido crescimento.”

“A falta de água para a energia hidrelétrica já é "crítica" na Bolívia, no Peru, na Colômbia e no Equador, de acordo com o Painel Intergovernamental de Mudança Climática da Organização das Nações Unidas (ONU), que também vê riscos ao abastecimento de água no sul da Califórnia, decorrente da perda da banquisa de Sierra Nevada e da bacia do rio Colorado. Na Europa, 20 por cento da eletricidade vêm da água.” (TERRA, 2009)[19]. O mesmo fenômeno acontece no México, EUA, América Latina e Europa, e é mais rápido do que o previsto pelos glaciologistas e climatologistas (GONZÁLEZ, 2009)[20].

As geleiras de montanha tendem a desaparecer à medida que o clima se aquece mais, não obstante a maior evaporação gerada nos oceanos e o aumento da precipitação de neve, nas altas montanhas (e da chuva nas regiões mais baixas). O problema é que o calor fará com que o gelo derreta mais rapidamente, e aquele fenômeno sazonal que irrigava plantações e abastecia cidades, poderá se tornar em torrentes de água e lama, descendo montanha abaixo e varrendo tudo pela frente.

Até o poderoso rio Amazonas, recebe água do degelo andino, que chega ao Brasil pelo rio Solimões, que começa no Peru (trecho do rio Amazonas compreendido entre as bocas dos rios Javari e Negro) e que, quando encontra o rio Negro, em Manaus, passa a se chamar Amazonas (CORTEZ, 2008)[21] .

As geleiras estão derretendo cada vez mais rápido. Assim a média anual, que projeta a elevação do nível dos oceanos, fica prejudicada. Estudos realizados nas geleiras, mostra que “o degelo anual aumentou 1,6 vezes em média durante a última década, em comparação com a década de 90, e seis vezes, se tomados como referência os anos 80.” (ÚLTIMO SEGUNDO, 2007)[22].

Quem realizou esses estudos foi o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Tal estudo concluiu que as geleiras do mundo sofrem um degelo acelerado, o que confirma a tendência ao aquecimento climático, segundo um estudo publicado 29.01.2007. “Trinta geleiras, monitoradas pelo Serviço Mundial de Controle de Geleiras, sediado em Zurique (Suíça), perderam uma média de 66 centímetros de espessura em 2005, segundo o Pnuma.”

Outro estudo, publicado em 22.11.2009 (TERRA, 2009)[23] demonstra que o degelo começou a atingir a parte Oriental da Antártida, justamente aquela parte considerada, até então, ainda livre dos efeitos do aquecimento global. Tais estudos foram publicados na revista Nature, e foram elaborados por um grupo de trabalho da Universidade do Texas (EUA), dirigido pelo professor Jianli Chen, que observou que as geleiras da parte oriental começaram a perder espessura em 2006, como o resto do continente, ajudado por medições do satélite Grace, conseguiram estimar a densidade do gelo das duas áreas (a parte ocidental e a oriental), entre abril de 2002 e janeiro de 2009. Na parte ocidental as medidas conseguidas foram semelhantes a estudos anteriores, 132 km cúbicos por ano, enquanto que na parte oriental, chegou a 57 km cúbicos por ano. Existem ainda divergências sobre o número real, mas o fato é que o degelo já chegou à parte oriental da Antártida.

Essas evidências estão nos levando para o pior cenário, objeto deste trabalho, que é a possibilidade real, de que os mantos de gelo da Antártida e da Groenlândia desapareçam e comprometam a vida na Terra.

As previsões dos climatologistas, para a Amazônia é sombria, pois poderá se tornar uma savana. À medida que o aquecimento global muda o clima regional, maior evaporação deve levar a secas na região, que por sua vez, torna propícia a ocorrência de grandes incêndios florestais – deflagrados pelas queimadas tão comuns naquela região. A liberação de gás carbônico na atmosfera, com o desaparecimento da Amazônia seria gigantesca e alteraria todo o clima, não apenas regional, mas de toda a América Latina, com desdobramentos no mundo todo, mas principalmente na agricultura e agropecuárias brasileiras.

1.5      Corrente do Golfo - Impactos no Clima da Europa, dos EUA e Canadá

 

            Outro desdobramento do degelo não só das geleiras de montanha, mas principalmente pelo degelo da Groenlândia, seria a alteração, pela mudança da salinidade da água, da chamada “Corrente do Golfo”, uma espécie de condicionador de ar que mantém ameno o clima da Europa (maiores detalhes do mecanismo da corrente do golfo, podem ser consultado na Wikipédia).

            A Wikipédia nos informa que a Corrente do Golfo “é uma corrente marítima potente, rápida e quente do oceano Atlântico que tem origem no Golfo do México, escapa pelo estreito da Flórida e segue a costa leste dos Estados Unidos da América e a sua extensão até a Europa torna os países do oeste deste continente mais quentes do que eles seriam sem essa corrente.” (consulta efetuada em 16.11.2009, 22:52h).

            A consequência da parada ou extinção da corrente do Golfo, segundo os especialistas, é de que o clima do Canadá, EUA e da Europa seriam drasticamente alterados, ficando mais frios, em cerca de 5ºC. Isso num curto espaço de tempo, cerca de 10 anos. “a temperatura de toda a Europa ocidental (de Portugal à Finlândia) baixaria 5°C. Quando se sabe que as temperaturas médias baixam 1 grau C a cada 500 km de baixa de temperatura seria mais marcante no inverno do que no verão, pois a corrente marinha de jet traria diretamente sobre a Europa o clima do Canadá. Bordeaux, que está à mesma latitude de Montreal, poderia ter regularmente temperaturas de -25 °C no meio do inverno. Essa mudança climática seria tão rápida que é chamada «surpresa climática». Isso significaria a chegada brutal de uma glaciação na Europa ocidental, como uma extensão das geleiras. Mas, na realidade, não seria uma glaciação, pois em todo o resto do planeta o efeito estufa continuaria a aumentar as temperaturas, derreter as geleiras e fazer o nível dos oceanos aumentar. O que aconteceria na Europa ocidental seria assim bastante localizado: as geleiras se estenderiam, enquanto que no resto da Terra elas derreteriam.” (Wikipédia, consulta efetuada em 16.11.2009, às 23:01h).

            O filme “O Dia Depois de Amanhã” retrata a teoria da parada da Corrente do Golfo, com impactos no clima mundial. É claro, que nem todos os fenômenos ali apresentados têm chance de se realizarem, afinal, é uma obra de ficção, apoiada em algumas teorias.

            Mas os céticos poderiam alegar que isso tudo é apenas uma teoria, e que nada disso está ocorrendo, nem vai ocorrer.

            Mas um evento ocorrido no verão passado (junho e julho de 2009), na costa leste dos EUA, no entanto, põe abaixo o argumento acima. A desaceleração da Corrente do Golfo, aliada a ventos firmes e fortes na região do Atlântico Nordeste, foram a explicação para a elevação, em cerca de 60 centímetros das águas da costa leste dos Estados Unidos. Tal evento destruiu algumas pequenas praias e causou alguns pequenos inconvenientes aos moradores da orla marítima. Mas se torna uma evidência de que a teoria de redução da velocidade ou mesmo parada total da Corrente do Golfo pode vir a se tornar uma realidade, com os impactos climáticos decorrentes.

O problema é explicar porque a Corrente do Golfo desacelerou e os ventos chegaram algumas semanas mais cedo do que o normal (TERRA, 2009)[24].

1.6      Elevação do nível dos oceanos: Impactos na Economia e Infraestrutura Planetária

 

            As estimativas conservadoras do IPCC (Painel Intergovernamental para Mudança Climática), apontam uma elevação do nível do mar de no máximo 81 centímetros até o final do século.

            Só que tal estimativa, já sofreu críticas, de vários pesquisadores, já em 2007, pois não levou em conta muitas variáveis envolvidas no processo de degelo. Uma pesquisa internacional, efetuada pelo Centro Nacional de Oceanografia da Grã-Bretanha junto com centros de pesquisa de Tübingen – na Alemanha –, Cambridge e Nova York, publicada na revista Nature Geoscience, reconhece que o número verdadeiro pode ser mais do que o dobro, ou seja 163 centímetros (SHUKMAN, 2007)[25].

            As projeções do IPCC não incluíram “impacto potencial do derretimento polar e do gelo se quebrando”, nem tampouco a aceleração do processo de degelo que é o que se está observando a cada estudo efetuado. Estudos demonstraram que a taxa média anual, desde 1993, é de 3 mm, muito maior do que a média do século 20. (ibidem).

            As novas projeções que venham a ser efetuadas, devem levar em consideração os resultados de estudos reunidos desde a publicação do IPCC, segundo Eric Rignot, pesquisador do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA (Agência Espacial Americana). Para ele, “Como resultado da aceleração do derretimento de geleiras em grandes regiões, as calotas de gelo na Groenlândia e da Antártida já estão contribuindo mais e mais rapidamente para o aumento no nível do mar do que o que tinha sido previsto". (ibidem).

            Pesquisadores brasileiros acrescentam que o IPCC também não levou em consideração “os dados recentes sobre derretimentos das geleiras e a influência das correntes marítimas na mudança do clima.” (IPCC, 2007)[26].

            Além disso, à medida que a temperatura da água aumenta, pelo efeito estufa, ela se expande, contribuindo para a elevação do nível das águas por todo o mundo (só no século XX, esse aumento de temperatura resultou num aumento do nível do mar em 20 centímetros).

            Outro estudo apresentado, mostra que a elevação das águas dos oceanos se dará de forma desigual, partindo dos polos em direção ao equador da Terra, atingindo no seu máximo de elevação, pelo menos 25% mais do que nos polos, em virtude da perda gravitacional do bloco de gelo e sua redistribuição pelo planeta em forma de água (TERRA, 2009)[27]. Isso significa que, se a placa de gelo da Antártida Ocidental degelar o efeito, 25%, será de seis a sete metros de diferença do equador em relação aos polos, na elevação do nível dos oceanos. Isso afetaria principalmente o hemisfério norte, e o artigo cita “sobretudo ao redor de áreas urbanas como Washington DC, Nova York e a costa da Califórnia".

            Tais estudos foram efetuados pelos cientistas da Universidade Estadual do Oregon (EUA), liderados pelo geofísico Jerry Mitrovica, pela física Natalya Gómez e pelo geocientista Peter Clark.

            Os geocientistas finalmente começaram a apresentar os impactos do aquecimento global e do degelo no planeta Terra, com base no conhecimento deste ramo da Ciência, e tais impactos, são muito maiores do que apenas elevação do nível dos mares, como veremos nos tópicos seguintes.

            As estimativas sobre quanta água existem, em forma de gelo – polar e de geleiras de montanha - para aumentar o nível dos mares, situa-se entre 70 e 80 metros sobre o nível atual dos oceanos. É um volume catastrófico, se considerarmos os impactos que tal elevação teria sobre as cidades costeiras e em muitos países do mundo.

            Este seria o pior cenário possível. No mínimo 2 bilhões de pessoas seriam deslocadas das cidades costeiras para o interior dos países (as piores estimativas atuais, preveem, que teríamos 250 milhões de refugiados em 2050, caso os oceanos subam apenas 7 metros), já que, cerca de 70% da população do planeta vive em planícies costeiras (Filme: Home Nosso Planeta Nossa Casa, lançado em 05.06.2009, no dia mundial do meio-ambiente, em 50 países, simultaneamente)[28]. Diversos países, principalmente os situados em grandes ilhas e os países baixos, teriam que ser evacuados completamente, e desapareceriam. Seria o maior deslocamento de pessoas que jamais existiu na história do planeta.

            Os impactos nas economias dos países seriam catastróficos, a infraestrutura planetária seria seriamente comprometida para absorver tal contingente de pessoas. Os recursos alimentares disponíveis seriam forçados ao extremo, considerando que tal ajuste de clima levaria a produção agrícola e pecuária do planeta praticamente à exaustão (além das perdas das lavouras ocorridas pelas catástrofes climáticas). A disponibilidade de água potável também seria um enorme problema. A fome e as doenças seriam uma consequência trágica e natural nesse processo. Milhões pereceriam – tanto humanos quanto animais, com a destruição do meio-ambiente.

O lençol freático seria atingido com a água salgada comprometendo o abastecimento de água potável, oriundo dos depósitos subterrâneos – a chamada água fóssil. 

            Considere-se ainda, que 11 das 15 maiores cidades do mundo estão localizadas a até 90 metros acima do nível do mar, ou nos estuários de grandes rios (idem referência 28). Essas cidades são grandes centros econômicos dos países onde elas estão localizadas. São motores econômicos que movimentam outras cidades nas vizinhanças, num efeito cascata de atuação na economia regional, e seus efeitos são sentidos na economia global.

            Os impactos econômicos em todos os países seriam enormes. Milhões perderiam os seus empregos, pois as empresas tanto as localizadas em áreas inundadas quanto as localizadas em lugares mais altos, seriam atingidas, afetando a cadeia produtiva dos países, tanto a de empregos quanto a de empresas, mesmo as não atingidas diretamente pelas inundações, sofreriam os seus efeitos, pela falta de consumidores/produtores de matérias primas, localizados nas áreas inundadas..

            A logística para tentar manter a vida das pessoas desalojadas de suas cidades seria algo inimaginável e as ações para manterem as economias dos países funcionando deverão ser as mesmas utilizadas em casos de guerra e grandes catástrofes. A infraestrutura das cidades que receberiam tal contingente humano seria praticamente inviabilizada.

            Hoje, não existem recursos disponíveis para fazer face a um cenário global catastrófico desta magnitude. Se fosse localizado apenas num país ou mesmo em vários países de um continente (abrangência regional), o resto do mundo poderia se unir e ajudar. Mas o problema estará atingindo a todos da mesma forma. O que estará em jogo será a luta pela sobrevivência humana e da civilização, como a conhecemos.

            A migração em massa prevista neste caso, por um lado (com sobrecarga das infraestruturas das cidades, principalmente água potável, alimentos e moradia), e as perdas de colheitas pelas catástrofes climáticas, por outro, levarão milhões de pessoas à fome, e com isso redução da capacidade de defesa do organismo humano, do sistema imunológico. Dessa forma, muitas doenças hoje controladas, voltarão com força total, tais como malária, febre amarela, diarréia, dengue e até a terrível e temida varíola, que dizimarão milhões, pois a infraestrutura de saúde não dará conta de atender tal volume de pessoas atingidas. Tais doenças, inclusive, poderão ser transmitidas às pessoas saudáveis, aumentando ainda mais o imenso problema de saúde pública.

           

1.7      A Bomba Climatológica do Ártico – a Perda de Controle Sobre o Efeito Estufa

 

O Protocolo de Kyoto que previa ações para conter o aquecimento global e o novo acordo internacional que deverá sucedê-lo, teve reunião no início de dezembro de 2009, na Dinamarca, na cidade de Copenhagen e foram frustrantes para todos. Não chegaram a nenhum acordo que permitisse controlar as emissões. Tais discussões deveriam ter culminado em orientações para ações governamentais, bem como metas de redução de gases do efeito estufa, para os países membros, e se fossem adotadas, serviriam para tentar se evitar que a temperatura média global ultrapassasse o aumento dos 2°C, que é o limite técnico estabelecido pelo IPCC, o que permitiria que ações humanas possam evitar este pior cenário para a humanidade, que é o que estamos apresentando neste artigo.

            Só que enquanto nossos líderes discutem as metas que apresentarão e as ações que darão sustentação para o cumprimento das mesmas, o mundo continua funcionando no mesmo ritmo, ou seja, continuamos a liberar gases do efeito estufa, em velocidade ainda maior, pois os países continuam a crescer, e buscam um crescimento cada vez maior e mais rápido, para tirarem suas populações da miséria e pobreza, e ao mesmo tempo, a população mundial também continua a crescer, e dessa forma, a consumir mais e mais recursos naturais.

            Agora, em junho de 2012, teremos nova reunião aqui no Brasil, a Rio+20, em que mais de cem líderes mundiais já confirmaram presença. 

            Nova esperança para a humanidade: que o novo encontro de líderes de mais de 100 nações possam definir e deflagrar ações que venham a evitar a marca crítica de 2°C. É a esperança de todos nós, salvar o planeta para nós, nossos filhos e netos.

Só que o que me preocupa é a lentidão com que as ações serão deflagradas, o custo que os países terão que assumir – muitos não têm os recursos necessários -, e a mudança da matriz energética mundial que deve ser mudada, que é uma alteração com custos imensos, principalmente em virtude da utilização do petróleo e carvão, como matriz principal e dos interesses econômicos conflitantes dos diversos agentes envolvidos.

            Em resumo, tem tudo para dar errado!

Um estudo publicado em 24.11.2009 em Potsdam, Alemanha, elaborado por 24 especialistas em clima, destaca que as temperaturas podem chegar até 7°C, até o ano de 2100, muito acima do que previa o IPCC (CAMBRELENG, 2009)[29]. Além de acrescentar que o IPCC está desatualizado, pois o crescimento das emissões de CO2 aumentou 40%, desde 1990 até 2008, projetaram, também, que os níveis dos mares podem subir até dois metros, no mesmo período, sendo que a previsão do IPCC era de no máximo 59 centímetros, na pior hipótese 81 centímetros. Acrescentaram ainda, que “a alta atual do nível dos mares, de 3,4 milímetros por ano durante os últimos 15 anos, é superior em 80% às previsões feitas pelo IPCC, segundo especialistas. (...) O degelo do Ártico, 40% mais rápido que o previsto pelo IPCC, significa também que os oceanos absorverão mais calor do sol, o que, por sua vez, vai acelerar o degelo dos pólos.”

            Finalmente, os especialistas advertem que os responsáveis pelos países devem estar melhor informados para tomarem as decisões corretas e evitarem as catástrofes climáticas.

            Assim, pelo fato das decisões e as ações serem retardadas, pelos próximos anos, os processos físicos atuantes no aquecimento global, não estão atrelados as decisões humanas, e seguem as leis físicas. Ressalte-se que eventuais acordos firmados na Conferência RIO+20, demorarão muitos anos para serem implementados, pois dependem de ratificação pelos congressos legislativos de cada país, bem como os prazos acordados para implementação. Especula-se que se eventual acordo for firmado em 2015, começaria  a ser implementado a partir de a 2020. Perderíamos, com isso, a janela que nos manteria no controle do clima, e sofreremos as consequências de nossa inação.

            Destacamos, com grande ênfase, que existe um grande e principal problema não levado em consideração nas projeções climáticas atuais, de nenhum modelo climático, e que pode tirar do controle humano as limitações do aumento da temperatura média global, do limite crítico que fica entre 2°C e 4°C, é o degelodo permafrost (solo Ártico congelado, também chamado de tundra), que liberará metano, gás carbônico (CO2) e Óxido Nitroso (N2O), em quantidades inimagináveis, e é também chamada, pelos que estudam a região, de bomba climatológica global.

            O solo Ártico congelado há milhares de anos, contém uma gigantesca quantidade de matéria orgânica não decomposta, animal e vegetal (inclusive os mamutes congelados) e, à medida que a temperatura do ar aumenta, como acontece em todos os verões, o solo descongela parcialmente, recongelando no inverno.

O problema é que com o aumento da temperatura regional, o solo poderá não recongelar totalmente novamente, e ao mesmo tempo degelar cada vez mais profundamente. Isso permite que as bactérias anaeróbicas que decompõem a matéria orgânica entrem em ação, e o produto de seu metabolismo é o metano. Esse gás, de vida curta (cerca de 10 anos), possui capacidade de promover o efeito estufa 33 vezes maior do que o CO2, por quantidades equivalentes em toneladas métricas. Ou seja, uma tonelada de metano equivale a 33 toneladas de CO2, na capacidade para amplificar o efeito estufa, segundo estudos divulgados recentemente, que associam o metano, em reações químicas com outros gases e compostos. O IPCC, por sua vez, considerava o metano como 25 vezes maior que do o CO2, em termos de potencializar o efeito estufa (TERRA, 2009)[30].

Além de intensificar o efeito estufa, o volume de metano, liberado do solo Ártico congelado vem aumentando, segundo as últimas medidas efetuadas na região. Tais medidas foram efetuadas na ilha norueguesa de Svalbard. “A concentração de metano atual na atmosfera ali é a maior desde que as medições começaram. A taxa de metano subiu 1% desde 2004.” "É um aumento bem forte, considerando que a concentração do gás permaneceu relativamente estável entre 1999 e 2005″, diz Cathrine Lund Myhre, do Norwegian Institute for Atmospheric Research e coordenadora do estudo” (MANSUR, 2009)[31].

O mesmo vem ocorrendo com o metano aprisionado no solo oceânico, sob o gelo do oceano Ártico. Isso é devido, provavelmente, às águas quentes provenientes do degelo do permafrost que chegam ao oceano, pelos rios. Os níveis de metano, dissolvido na água, abaixo do gelo nunca estiveram em níveis tão altos desde 2004 (MANSUR, 2008)[32].

Para efeito de comparação, as emissões globais de metano, de todas as fontes (inclusive produzidas pelo homem), ficam entre 500 a 600 milhões de toneladas métricas por ano. O metano liberado do solo, segundo estimativas, fica entre 150 e 250 milhões de toneladas métricas por ano. “De um quarto a um terço dessas emissões são provenientes dos solos úmidos do Ártico, tornando-os uma das principais fontes de emissão de metano na Terra (IPCC 2007)” (BRANCO, 2008)[33].

Se o Ártico continuar aquecendo, poderiam ser liberadas no processo, ao longo do tempo, também segundo estimativas, 50 bilhões de toneladas métricas de metano, somente pelos “lagos de thermokarst, uma quantidade dez vezes maior do que a atualmente presente (Walter et al, 2007a). A expansão e formação de lagos descongelados no nordeste da Sibéria observadas nas últimas décadas sugerem que esta realimentação pode já estar ocorrendo (Water et al, 2006).” (idem)

Além disso, temos ainda as liberações de hidratos de metano oceânicos, que estão congelados, nos leitos profundos abaixo do solo oceânico, e podem ser liberados se a temperatura do fundo dos oceanos subir. Estima-se que os depósitos oceânicos de hidratos de metano guardem de 2 a 5 trilhões de toneladas métricas de carbono, como metano. Algumas estimativas chegam a 10 trilhões de toneladas. Para comparação, os depósitos de carvão mundial guardam reservas estimadas em 5 trilhões de toneladas métricas de carvão. (ibidem). Este gás congelado, também existe no permafrost, e pode ser liberado, à medida que o mesmo ficar exposto e degelar com o aquecimento do solo, podendo contribuir significativamente para retroalimentar o processo de aquecimento global.

Para o Gás Carbônico, “a nova estimativa para o total de CO2 armazenado em solos congelados é da ordem de um trilhão de toneladas”, afirma Chris Field, professor da Universidade de Stanford e cientista do Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC). “O degelo desses solos, que eram permanentemente congelados, será como pisar forte no acelerador do aquecimento global”.

“Para se ter uma ideia, a quantidade de CO2 que foi emitida pela queima de combustíveis fósseis desde o começo da revolução industrial é de cerca de 350 bilhões de toneladas.” (MERCADO ÉTICO, 2009)[34]. Atualmente existem na atmosfera, em forma de dióxido de carbono, para comparação com a estimativa apresentada para os solos do Ártico, cerca de 800 milhões de toneladas.

Outro gás, que contribui para o efeito estufa, é o óxido nitroso (N2O), que também existe no solo congelado do Ártico, principalmente na turfa. “O N2O é pouco representativo dentre os gases estufa, comparado com o CO2 e o metano, mas é muito mais persistente. Em termos de potencial de aquecimento, o metano, um gás estufa 20 vezes mais potente que o CO2, persistindo na atmosfera por 10 anos, enquanto que o oxido nitroso persiste por 110 anos. Em termos comparativos, de potencial de aquecimento, o óxido nitroso é um gás estufa 310 vezes mais potente que o CO2.” O seu potencial para contribuição do efeito estufa, “de acordo com a pesquisa “Large N2O emissions from cryoturbated peat soil in tundra”, publicada na revista Nature Geoscience, durante o período sem neve, foi identificado que a emissão da turfa foi de 1.2 gramas/m2 de N2O, equivalente à emissão por m2 das florestas tropicais em um ano.” (CORTEZ, 2009)[35].

Esses gases, metano (e hidratos de metano), CO2, óxido nitroso, presentes no solo congelado e no fundo do oceano Ártico, podem ser liberados, de maneira rápida, quando as temperaturas do Ártico se mantiverem elevadas por muito mais tempo do que hoje, o que ocorrerá, quando o gelo polar ártico desaparecer completamente no verão. Estimativas para isso, colocam o degelo total do Oceano Ártico para o ano 2019. (FOLHA ONLINE, 2009)[36].

É claro que, à medida que as temperaturas vão se elevando, a quantidade desses gases também vai aumentando. Considere-se, ainda, que a mudança de temperatura do Ártico, é retroalimentada pelo crescimento da vegetação, que vai escurecendo o solo e mantendo e elevando a temperatura da região. O Oceano descongelado, deixa de refletir luz e calor e passa a absorver cada vez mais calor, também aumentando a temperatura regional, num processo sem volta.

É a bomba climática global explodindo e tirando do homem o controle sobre a média das temperaturas globais. Se chegarmos a esta situação, colheremos os frutos de nossa incompetência na gestão do planeta: a perda da sua habitabilidade.

As consequências geofísicas são mais graves até do que as climáticas. É o que veremos a seguir.

1.8      O Degelo e os Impactos na Geofísica do Planeta Terra – Grandes Transformações

            Caso o pior cenário do aquecimento global venha a se realizar, que é o que estamos tratando neste resumo das informações disponíveis sobre o assunto, uma consequência natural será a redistribuição da água, em forma de água líquida pelos oceanos da Terra, daquela que hoje está em forma de geleiras de montanha e de mantos de gelo, no caso da Antártida e da Groenlândia.

            Na medida em que os oceanos se elevam com as consequências já descritas sobre a infraestrutura planetária e deslocamento das populações, a pressão de bilhões de toneladas de água sobre a crosta terrestre começará a deflagrar, nas zonas de fratura da crosta, terremotos e maremotos (terremotos no mar), com a geração de tsunamis, no segundo caso. Vulcões também começarão a entrar em atividade pelo mundo todo, liberando mais gases do efeito estufa, e destruindo as regiões vizinhas, onde localizados. As nuvens de cinzas produzirão estragos mais longe, afetando a agricultura e inclusive a aviação, pois são danosas às turbinas dos jatos, e a saúde humana e animal, pois a poeira ultrafina das cinzas vulcânicas penetra nos pulmões, asfixiando as pessoas e os animais.

            Esses efeitos serão cada vez mais severos na medida em que o nível do mar aumenta. O alívio das pressões sobre a crosta, nas zonas de fratura, gerará terremotos cada vez mais fortes.

            Mas uma coisa é certa, a pressão que a crosta fará sobre o manto, fará com que o mesmo se desloque para baixo e para os lados, forçando ajustes tectônicos, e elevando outros locais da crosta, e gerando no processo, os terremotos e vulcões. A própria Antártida e Groenlândia serão elevadas em relação às suas posições atuais, pois a pressão de bilhões de toneladas de gelo que hoje estão sobre essas imensas áreas de terra, será aliviada. Terremotos de grande magnitude nestes locais serão sentidos, quando a pressão for retirada. Como o processo de degelo é um processo lento – quão lento, só a elevação das temperaturas dirá – o alívio da pressão também o será. Só que chegará um momento em que toda a tensão será liberada, o ideal é que fosse aos poucos, pois do contrário, os terremotos poderão ser globais.

            A plataforma continental, de todos os continentes, poderá ser inclinada em direção aos oceanos, graças à pressão que o novo volume de água fará sobre o piso oceânico. Neste caso, teremos alterações nas linhas de praia atuais, que mergulharão no mar, inundando as cidades costeiras onde estes eventos ocorrerem.

            É claro, que tais movimentos não serão suaves, e serão precedidos de terremotos e eventuais tsunamis, com os efeitos catastróficos decorrentes. Grandes inundações costeiras poderão submergir os países baixos e aqueles localizados em ilhas oceânicas.

            Um filme recente, 2012, mostra alguns efeitos interessantes, que podem dar ideia ao leitor, sobre o que estamos tratando: terremotos planetarios e tsunamis gigantescas.

            Finalmente, a retirada dos mantos de gelo das calotas polares (principalmente Groenlândia e Antártida), gradativa ao longo do tempo e a sua redistribuição em forma de água sobre os oceanos, poderá desestabilizar o eixo de rotação do planeta, que hoje está em equilíbrio e inclinado 23°, graças, justamente, à atual presença dessas massas enormes de gelo. O seu desaparecimento (das massas de gelo) trará graves alterações gravitacionais no planeta, tirando-o do atual estado de equilíbrio dinâmico, e forçando o ajuste na inclinação do eixo.

            Quanto o eixo poderá ser deslocado (em graus) para mais ou para menos, é uma grande incógnita, pois a gravidade da Terra será drasticamente alterada. Um grande volume de cálculos deverá ser feito para prever o que acontecerá com o planeta, nessa nova configuração de massas.

            Se esse evento ocorrer, com certeza será planetário e afetará toda a infraestrutura existente, destruindo cidades, pontes, represas, usinas atômicas, estradas, aeroportos, desviando rios e fazendo-os desaparecerem. Será a maior catástrofe já sofrida pela humanidade.

            Para compreendermos isso, devemos considerar que a Terra gira ao redor de si mesma a uma velocidade de 465 metros por segundo, equivalente a 1.674 quilômetros por hora (MUNDO EDUCAÇÃO, 2009)[37]. Se o movimento de deslocamento do eixo, em qualquer direção for abrupto, teremos graves consequências, além do terremoto planetário que se seguiria. As águas oceânicas, que acompanham a rotação da Terra, estacionadas nas bacias oceânicas, seriam, repentinamente, retiradas do repouso, e invadiriam os continentes numa grande velocidade. Poderíamos ter tsunamis de quilômetros de altura, com velocidades superiores a do som. Seria um rolo compressor de água, destruindo tudo pela frente, como mostra o filme 2.012, muito apropriadamente (só que no filme a causa é outra). Ninguém sobreviveria na frente dessas ondas gigantes.

            Estas são as consequências finais do efeito estufa, também chamado de aquecimento global, se as ações que empreendermos não forem suficientes para frear o aumento da temperatura média da Terra em 2°C.

2          CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES FINAIS

 

            A sobrevivência da humanidade está em jogo, e as decisões corretas e as ações decorrentes devem ser implementadas logo, caso contrário, não teremos planeta para usufruirmos e deixarmos para nossos filhos e netos, que estão chegando ao mundo maravilhoso em que vivemos.

            Espero que este trabalho possa conscientizar, mais adequadamente, cada leitor sobre a importância de fazermos a nossa parte e de exigirmos de nossos governantes, a tomada de decisão correta.

            Nossos cientistas, de todas as áreas, devem ser ouvidos, sem medo de perderem seus recursos de pesquisa por falarem a verdade. Hoje, este estudo, se fosse apresentado por qualquer cientista, que trabalhasse nas universidades, com certeza seria taxado de alarmista e fora da realidade, e a consequência pessoal, natural, seria a perda de sua credibilidade, dos recursos para suas pesquisas e o ostracismo profissional.

            Como nexialista, não é possível deixar de compartilhar esta visão e este cenário e de fazer este alerta, pois esta é a pior visão possível, a perda da habitabilidade de nosso planeta e da destruição de bilhões de vidas. Este é um peso que não dá para se carregar sozinho. Esta visão é um produto das informações disponíveis na internet, fruto do trabalho de milhares de cientistas e repórteres que compartilharam suas visões particulares conosco, unificadas neste trabalho, e que qualquer um, munido de algum tempo disponível e de boa vontade, poderá estudar por si próprio e chegar às suas próprias conclusões.

            A reunião que será realizada em no Rio de Janeiro em junho próximo, mostrará se a humanidade trabalhará para preservar o planeta e a vida sobre a Terra, ou se seremos irresponsáveis em administrar nosso lar planetário. Interesses de todos os tipos estarão em jogo nessa reunião, principalmente econômicos, com muitos pensando em tirar vantagem do aquecimento global/efeito estufa – como as novas linhas marítimas navegáveis, quando o gelo Ártico desaparecer, ou com as novas tecnologias que serão criadas para mitigar o efeito estufa. As empresas de petróleo que terão de reformular seu produto, para minorar o efeito estufa que os combustíveis e derivados do petróleo agravam. As empresas de veículos, que terão de fazer grandes adaptações nos seus projetos para produzirem carros, caminhões que não poluam, ainda que utilizando derivados de petróleo como combustível, pois a matriz energética que move o mundo não poderá ser trocada instantaneamente, mas terá que sofrer alterações rapidamente, senão, não sobreviveremos.

            Já existem muitas ideias em implantação pelo mundo afora, que buscam absorver o CO2, e mitigar o efeito estufa, tais como energia solar, eólica, atômica (sim a energia atômica não gera gases do efeito estufa), reflorestamento em grande escala, em todos os países, para recuperar áreas degradadas, e áreas inúteis atualmente, como as margens das rodovias, onde milhões de árvores poderiam ser plantadas para absorver o CO2 dos veículos que ali transitam; fornecimento de bilhões de mudas de árvores, principalmente nativas, aos proprietários rurais, gratuitamente, com subsídios para o plantio (com fiscalização para ver se foram plantadas), para a proteção de encostas e topos de morros inúteis, margens de córregos, riachos e rios, sem comprometer a produtividade da propriedade; incremento da malha ferroviária, para reduzir a quantidade de caminhões que transportam cargas, mas poluem; estabelecer legislação ou benefícios, para que todas as coberturas dos edifícios, de todas as cidades, criem jardins suspensos, como forma de absorver o CO2 das cidades e ao mesmo tempo baixar as temperaturas locais.

            Reciclagem obrigatória em todas as cidades, com aproveitamento do lixo orgânico para adubo, através da compostagem, que seria usado tanto para a agricultura, quanto para arborização da cidade, em todas as ruas, nas calçadas, praças e jardins; aterros sanitários deveriam ter captação do metano para gerar energia e evitar o efeito estufa que o metano gera, conforme já tratamos neste trabalho; reciclagem dos óleos utilizados nas cozinhas para fazer biodiesel, que polui menos que o diesel comum e não afetaria os rios e fontes de águas, como hoje; reciclagem dos resíduos recicláveis, obrigatório, em todos os edifícios, residências e empresas, o que geraria emprego e desafogaria os aterros sanitários, além de economizar energia na criação de diversos produtos (metais, vidros, plásticos, papel). Hoje a reciclagem das latinhas de alumínio chega perto de 100%.

            Estimular o plantio direto na agricultura, pois além de economizar recursos protege a terra da erosão e da perda de nutrientes, já muito utilizado no Sul do Brasil e outros estados brasileiros; estimular a produção de proteínas de peixe, nas represas e rios, açudes e lagos, buscando reduzir a proteína animal (de origem bovina, suína e de aves), de forma a direcionar o milho e a soja para a alimentação humana.

            Mudança radical no transporte urbano, buscando privilegiar o transporte coletivo, rápido, confortável, de excelente qualidade, buscando reduzir a quantidade de automóveis em circulação (basta destinar ruas e avenidas ao transporte coletivo, vedando o uso de automóveis pelas mesmas), o que evitaria a emissão de milhões de toneladas de CO2 na atmosfera, além de economizarmos horas da vida das pessoas em engarrafamentos inúteis.

            Alterações nas leis de construção civil, que busque a construção de casas e edifícios que economizem energia, aproveitem luz natural, a captação da água da chuva e reciclagem da água utilizada (para lavação, descarga de vasos sanitários, irrigação dos jardins), de forma a economizar tão precioso recurso: nossas fontes naturais de água. Tratamento obrigatório para o esgoto doméstico, por todas as cidades, de forma a se evitar totalmente a poluição de nossos rios e oceanos, o que permitirá o repovoamento dos peixes (e a volta da pesca artesanal) e a disponibilidade de água potável.

Estas e milhares de outras sugestões, poderiam ser estruturadas e organizadas para tornarmos nosso mundo menos imundo, menos poluído, e não perdermos a sua habitabilidade. É nossa responsabilidade pessoal cuidarmos disso, não apenas para as próximas gerações, mas para a nossa própria geração.

Basta ligarmos a TV para visualizarmos a dose diária de tragédias climáticas que se abatem sobre todos os cantos da Terra. Não pensemos que isso é apenas azar, ou um ato da natureza que é impessoal. Muitas desgraças locais e internacionais que estamos vendo nós somos os responsáveis por elas ocorrerem. Estamos mudando o clima com nosso modo de vida, e milhares, inclusive nós mesmos, estamos pagando com nossas vidas e nosso patrimônio construído com muito esforço ao longo do tempo.

Pense nisso! Veja o que você pode fazer para reduzir a sua poluição particular e de sua família e de sua empresa; veja o que você pode reciclar. Na próxima reunião de condomínio aborde o assunto reciclagem do lixo, e veja no que dá a discussão. Você também é responsável. O mundo é nosso, não apenas do outro. É um bem comum!

Que tipo de Mundo você quer viver? Que Mundo você quer que seu filho(a) ou seu neto(a) viva? Ou quer apenas que ele tenha uma mínima chance de sobreviver num mundo em degradação crescente? Reflita sobre isso e haja. Não basta apenas achar o texto interessante.

Por favor recicle o papel, depois de ler, caso você tenha impresso o artigo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



[1]  OBAMA, Barack. In.: BRASIL. Ministério do planejamento, orçamento e gestão. Clipping, 2009. Disponível em: < http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2009/11/4/barroso-se-mostra-otimista-sobre-mudanca-climatica-apos-reuniao-com-obama .  Acesso em: 04 nov. 2009.

[2]  BURNS, Lawrence D. Burns, MCCORMICK, J. Byron, BORRONI-BIRD, Christopher E. Um futuro próximo.  Scientific American Brasil: aula aberta 1. 2009.  Disponível em: < https://ssl430.locaweb.com.br/clubeduetto/loja/detalhe_produto.asp?ctgr=110&prdt=1371 >. Acesso em: 01 dez. 2009.

[3] BELL, Robin E.. Gelo inquieto. Scientific American Brasil, v. 70, mar. 2008. Disponível em: < http://www.natbrasil.org.br/Docs/antartica/Gelo%20Inquieto%20-%20Scientific%20American%20Brasil.pdf >. Acesso em: 01 dez. 2009.

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[5]  RICHARD MEARES. Aquecimento pode gerar tsunamis e sismos, dizem cientistas. Estadao.com.br, 16 set. 2009. Disponível em:< http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid436190,0.htm >. Acesso em: nov. 2009.

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[8] SCIENTIFIC AMERICAN BRASIL, mai 2009. SCIENCE, fev. 2009. TERRA, fev. 2009. Nível dos oceanos pode subir 25% a mais do que o esperado. Disponível em: <http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI3497052-EI238,00-Nivel+dos+ oceanos+pode+subir+a+mais+do+que+o+esperado.html>. Acesso em: Nov. 2009.

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[10]  TERRA on line, set. 2009. Temperatura da Terra pode subir 4ºC em 50 anos, diz estudo. Disponível  em: < http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4006513-EI238,00-Temperatura+da+Terra+pode+subir+C+em+anos+diz+estudo.html >. Acesso em: nov. 2009.

[11] MIGOTTO, Alvaro Esteves. Recifes de Coral e ''Branqueamento''. In.: USP. CEBImar. Centro de Biologia Marinha. Disponível em: < http://www.usp.br/cbm/index.php/artigos-acesso-livre/73-recifes-de-coral-e-branqueamento.html > . Acesso em: no. 2009.

[12] GREENPEACE. Aquecimento global. Disponível em: < http://oceans.greenpeace.org/pt/nossos_oceanos/mudancas_climaticas >. Acesso em: nov. 2009.

[13] TERRA online, 22 nov. 2009. Estudo aponta que CO2 está saturando oceanos do mundo. Disponível em: < http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4115527-EI238,00-Estudo+aponta+que+CO+esta+saturando+oceanos+do+mundo.html > . Acesso em: nov. 2009.

[14] OCEANOS tóxicos?, out. 2007. Disponível em: http://scienceblogs.com.br/chivononpo/2007/10/oceanos-toxicos-2.php. Acesso em:  nov. 2009.

[15] LEAL, Edson Pereira Bueno. Ecologia: os oceanos. In.: Usina de Letras, mai. 2009. Disponível em: < http://usinadeletras.tempsite.ws/exibelotexto.php?cod=52755%20&%20cat=Artigos&vinda=S >. Acesso em: nov. 2009.

[16] Idem anterior.

[17] VEJA. O estrago que o homem faz. Disponível em: < http://veja.abril.com.br/050308/popup_ambiente.html >. Acesso em: nov. 2009.

VEJA.COM. Oceano de plástico. Disponível em: < http://veja.abril.com.br/050308/p_092.shtml>  Acesso em: nov. 2009.

[18] DEGELO de geleiras ameaça Equador, Peru e Bolívia. 2009. Disponível em: http://www.montanha.bio.br/geleiras.htm >. Acesso em: nov. 2009.

[19] TERRA, 22 out. 2009. Estudo: degelo de geleiras pode prejudicar hidroeletricidade. Disponível em: < http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4115527-EI238,00-Estudo+aponta+que+CO+esta+saturando+oceanos+do+mundo.html >. Acesso em: nov. 2009.

[20] GONZÁLEZ, Gustavo. Desaparecem geleiras de montanha. In.: TERRAMÉRICA. Disponível em: < http://www.tierramerica.net/2003/0811/particulo.shtml > . Acesso em: nov. 2009.

[21] CORTEZ, Henrique. 20 ago. 2008. O aquecimento global já reduz as geleiras dos EUA, afetando o volume de água no oeste do país. In.: Henrique Cortez Weblog. Disponível em: < http://henriquecortez.wordpress.com/2008/08/20/o-aquecimento-global-ja-reduz-as-geleiras-dos-eua-afetando-o-volume-de-agua-no-oeste-do-pais/ >. Acesso em: nov. 2009.

[22] ÚLTIMO SEGUNDO, 29 jan. 2007. Degelo acelerado de geleiras é registrado em todo o mundo. Disponível em: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia_saude/2007/01/29/degelo_acelerado_de_geleiras_e_registrado_em_todo_o_mundo_558343.html >. Acesso em: dez. 2009.

[23] TERRA, 22 nov. 2009. Estudo mostra que degelo começa a atingir Antártida Oriental. Disponível em: < http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4115557-EI238,00-estudo+mostra+que+degelo+comeca+a+atingir+Antar%20tida+Oriental.html >. Acesso em: nov. 2009.

[24] TERRA, 17 set. 2009. Nível do mar subiu 60 cm no leste dos EUA neste verão. Disponível em: <http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI3980904-EI238,00-Nivel+do+mar+subiu+cm+no+leste+dos+EUA+%20neste+verao.html >. Acesso em: dez. 2009.

[25] SHUKMAN, David. Cientistas preveem aumento do nível do mar maior do que o esperado. In.: BBC Brasil, 17 dez. 2007. Disponível em: < http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090310_nivelmares.shtml>.  Acesso em: dez. 2009.

[26] IPCC desconsidera aspectos relevantes para pesquisadores brasileiros. 26 mar. 2007. Disponível em: < http://www.labjor.unicamp.br/midiaciencia/article.php3?id_article=417  >. Acesso em: nov. 2009.

[27] TERRA, 05 fev. 2009. Nível dos oceanos pode subir 25% a mais do que o esperado. Disponível em: < http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI3497052-EI238,00-Nivel+dos%20+%20oceanos+pode+subir+a+mais+do+que+o+esperado.html>. Acesso em: nov. 2009.

[28]  Ver “HOME: nosso planeta, nossa casa” um filme de Yann Arthus-Bertran. Disponível em: <  http://www.home2009.com.br/ > ; <http://www.youtube.com/homeproject > ;  < http://www.goodplanet.org/en/>. Acesso em: nov. 2009.

[29] CAMBRELENG, Boris.  Cientistas alertam para risco de planeta aquecer 7 ºC até 2100. In.: Folha Online, 24 nov. 2009. Disponível em: < http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u656837.shtml >. Acesso em: nov. 2009.

[30] TERRA, 06 nov. 2009. Aerossóis tornam metano mais perigoso para clima, diz estudo. Disponível em: < http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4086772-EI238,00-Aerossois+%20tornam+metano+mais+perigoso+para+clima+diz+estudo.html > . Acesso em: nov. 2009.

[31] MANSUR, Alexandre. Gás perigoso escapa da tundra no Ártico. In.: Bio Wilson. Disponível em: < http://biowilson.blogspot.com/2009/03/gas-perigoso-escapa-da-tundra-no-artico.html > . Acesso em: nov. 2009.

[32] MANSUR, Alexandre, 23 dez. 2008. Metano sob o Ártico comecou a vazar. Isso é um perigo. In.: Blog do Planeta. Disponível em: < http://colunas.epoca.globo.com/planeta/2008/12/23/metano-sob-o-artico-comecou-a-vazar-isso-e-um-perigo/ >. Acesso em: nov. 2009.

[33] BRANCO, Raul Torres. Metano no Ártico: Uma incógnita do aquecimento global. Disponível em: < http://www.brasilpnuma.org.br/saibamais/A_Degelo_Artico_UNEP_Yearbook_2008_0408.pdf >. Acesso em: nov.2009. [Tradução livre de artigo do UNEP Yearbook 2008, feita por Raul Torres Branco, estagiário do Instituto Brasil PNUMA].

[34] MERCADO ÉTICO, 19 fev. 2009.  Degelo da tundra deve acelerar mudanças climáticas. Disponível em: http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/degelo-da-tundra-deve-acelerar-mudancas-climaticas/ > Acesso em> nov. 2009.

[35] CORTEZ, Henrique. Descongelamento da turfa ártica aumenta a emissão de óxido nitroso, N2O. In.: Henrique Cortez Weblog, 20 fev. 2009. Disponível em:< http://henriquecortez.wordpress.com/2009/02/20/descongelamento-da-turfa-artica-aumenta-a-emissao-de-oxido-nitroso-n2o/>. Acesso em: Nov. 2009.

[36] FOLHA online, 15 out. 2009. Polo Norte deve degelar já em 2019. Disponível em: < http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u638302.shtml >. Acesso em: nov. 2009.

[37] MUNDO EDUCAÇÃO. Rotação da terra. Disponível em: < http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/rotacao-terra.htm >. Acesso em: nov. 2009.

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